sexta-feira, 19 de março de 2010

Madrugada Chuvosa


A chuva batia na janela, o vento a circular pela escuridão, a casa em silêncio, só se escutava a chuva a cair, até que um clarão de luz acompanhado por um estrondo se despede do silêncio e trás consigo o medo. O medo rondando os quartos da casa toda a acorda, ela que dormia feito um anjo, agora tremia como se tivesse acompanhada pelo diabo. Lá fora a escuridão fechava o horizonte, o medo sussurrava em seu ouvido, entre clarões de luz se via árvores dançando no ritmo que o vento tocava a valsa, no vidro embaçado, desenhos feitos com o dedo, o coração tomado pelo vazio, as nuvens egoístas que bloqueavam o brilho das estrelas e da lua, o sabor amargo da solidão em sua boca, o vinho sobre a mesa, lá no fundo da sala uma vela acessa, seu rosto pálido refletido no espelho e a tristeza retratada em sua face, admirando sua miserável existência, sentindo o bater do coração, o pulsar mais forte das veias. Clarões cegavam seus olhos, a chuva ainda batia contra a janela.

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